10/02/2012

Cientistas boicotam a maior editora de periódicos do mundo


Cerca de 5.000 pesquisadores devem deixar de mandar trabalhos a revistas publicadas pela editora Elsevier

Motivo do protesto é o preço da publicação e da venda de artigos em periódicos como o "Lancet" e o "Cell"SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Cientistas de todo o mundo estão participando de um boicote coletivo à Elsevier, a maior editora de periódicos científicos.
A tacada veio de um dos matemáticos mais conceituados de hoje. Timothy Gowers, da Universidade de Cambridge, sugeriu o boicote em seu blog, em janeiro.
Do outro lado do oceano, o também matemático Tyler Nylon, que fez doutorado na Universidade de Nova York e hoje trabalha em uma empresa que ele mesmo fundou, organizou um abaixo-assinado on-line contra a Elsevier (thecostofknowledge.com).
O documento já conta com quase 5.000 assinaturas de cientistas que, por meio desse documento, se comprometem a parar de submeter seus trabalhos às cerca de 2.000 publicações científicas da Elsevier, que edita títulos como "Lancet" e "Cell".
O motivo da revolta tem a ver com dinheiro. A Elsevier, assim como a maioria das editoras científicas comerciais, cobra caro para publicar um artigo aceito (após a chamada "revisão por pares") e também cobra pelo acesso ao conteúdo dos periódicos.
Trocando em miúdos: os pesquisadores pagam para publicar e para ler as revistas científicas com seus artigos.
Na ponta do lápis, a matemática sai cara. O governo brasileiro, por exemplo, gastou R$ 133 milhões em 2011 para que 326 instituições de pesquisa do país tivessem acesso a mais de 31 mil periódicos científicos comerciais.
Os dados são da Capes (Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que faz parte do Ministério da Educação.
"Parece que o movimento do livre acesso ao conhecimento científico deu um passo importante com esse movimento internacional", afirma Rogério Meneghini.
Ele é coordenador do Scielo, uma base que reúne 230 periódicos científicos brasileiros com acesso aberto.
"Gowers tem uma medalha Fields, o que equivale a um 'Nobel' na matemática. Isso dá credibilidade", afirma Meneghini.

CIÊNCIA FECHADA
Um dos fatores que impulsionaram o crescimento do movimento contra a Elsevier é o apoio que a empresa tem dado ao "Research Works Act", um projeto de lei que tramita no Congresso dos EUA desde dezembro de 2011.
A iniciativa busca impedir que instituições de pesquisa divulguem gratuitamente os trabalhos de seus cientistas.
Se entrar em vigor, vai afetar os NIH (Institutos Nacionais de Saúde), que têm a política de abrir o acesso aos estudos de seus cientistas.
O proponente original do projeto de lei é o deputado republicano Darrell Issa, que que tem como copatrocinadora a democrata Carolyn Maloney. A Elsevier contribui para a campanha de ambos.
Maloney recebeu US$ 15.750 declarados entre 2009 e 2011, e Issa, US$ 2.000.
Segundo a ONG Maplight, a Elsevier desembolsou US$ 160 mil em campanhas eleitorais no período.
Colaborou RAFAEL GARCIA

29/01/2012

Sites sobre testes psicológicos: consequências da publicidade e ações efetivas


Cristiane Faiad (Universidade Salgado de Oliveira)
Ludmila Cunha (Psicóloga da Polícia Federal)
Gustavo da Cruz Sant´ana (Delegado da Polícia Federal)
O objetivo da avaliação psicológica nos contextos de seleção de pessoas é identificar se as características da pessoa examinada são compatíveis àquelas requeridas no perfil do cargo pleiteado. Para este fim, o processo seletivo se inicia com a análise do perfil profissiográfico de um cargo, seguido pela escolha de instrumentos psicológicos que possibilitem mensurar tais características. Em alguns cargos tal avaliação ainda tem como objetivo avaliar se o candidato em questão tem perfil para portar arma de fogo, aliado à aplicação dos instrumentos e análise dos resultados obtidos no processo de avaliação.

Neste contexto, no ano de 2008, a área de avaliação psicológica foi surpreendida com a publicação de uma série de sites postados na internet, supostamente com o objetivo de orientar candidatos a processos seletivos, sobre como devem ser respondidos alguns testes psicológicos. Surpreendentemente (de uma forma muito negativa) instrumentos e Manuais foram digitalizados, em alguns casos na íntegra, acrescidos de orientações sobre como proceder na sua execução.

Diante dessa constatação, a sociedade e muitos profissionais de diversas áreas do conhecimento, principalmente da Psicologia e do Direito, começaram a questionar sobre quais ações estavam sendo tomadas, no Brasil, por grupos sociais como Conselho Federal de Psicologia, Conselhos Regionais, Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP), Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo) Psicólogos e das Instituições públicas e privadas que realizam processos seletivos. Neste sentido, o presente documento tem como objetivo mostrar à comunidade em geral quais têm sido os maiores desafios da área, decorrentes da exposição destes instrumentos, bem como alertá-la sobre as ações que já correm na Polícia Federal e no Ministério Público.

Ademais, cabe afirmar que a criação das páginas de divulgação de testes psicológicos na internet está configurada como crime, por recorrerem em problemas técnicos implicados nas normas da profissão de psicologia. Além de trazerem conseqüências negativas para aqueles que dela fazem uso, conforme pontuados a seguir, a partir de constantes questionamentos feitos sobre essa temática.

- A publicidade dos instrumentos contraria as normas do Conselho Federal de Psicologia? Sim. Conforme descrito abaixo, há uma série de determinações estabelecidas pelo Conselho que são contrariadas pela publicidade dos testes psicológicos na página da internet e seu uso privativo por parte de psicólogos, conforme segue:
A Resolução CFP n.º 002/2003 que regulamenta o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos, estabelece que apenas testes aprovados, contemplados na lista do Satepsi, podem ser utilizados para fins de avaliação psicológica no Brasil. A partir de seu uso, estabelecem-se como normas (algumas partes foram negritadas):
- Art. 1.º – Os Testes Psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo, em decorrência do que dispõe o §1.º do Art. 13 da Lei n.º 4.119/62;
- III – ter sua comercialização e uso restrito a psicólogos regularmente inscritos em Conselho Regional de Psicologia.
- §1.º – Os manuais de testes psicológicos devem conter a informação, com destaque, que sua comercialização e seu uso são restritos a psicólogos regularmente inscritos em Conselho Regional de Psicologia.

A Lei 4.119 do dia 27.08.1962 em seu Art 13 §1º afirma que “constitui função privativa do Psicólogo a utilização de métodos e técnicas psicológicas com os seguintes objetivos: diagnóstico psicológico, orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e solução de problemas de ajustamento”.
Art. 1º e 18º III “os testes Psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo”.
Em todas as referências citadas acima, fica claro que o uso de instrumentos psicológicos (aplicação, correção e análise) é restrito a psicólogos e, neste sentido, seu uso por outros profissionais ou mesmo candidatos a processos seletivos, incorre em exercício ilegal da profissão, em consonância com o art. 47 da Lei das Contravenções Penais -  Decreto-Lei nº 3688/41 de 03 de outubro de 1941.

As páginas são de conhecimento do Ministério Público?
Sim. Houve entendimento por parte do Procurador da República, Sr Bruno Calado de Acioli, que a divulgação dos sites que contém dados sobre testes psicológicos é indevida. Conforme constam nos autos do processo (Ofício nº 433/210/PR/DF/BCA): “disponibiliza quantidade significativa de material, entre os quais os itens dos principais testes psicológicos aplicados aos candidatos em concursos públicos realizados no Brasil”(p.02). Dentre as ações movidas junto ao Ministério Público, pelo Conselho Federal de Psicologia e o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (CESPE), está a solicitação para retirada das referidas páginas da internet.
Além disso, houve entendimento de que o conteúdo das páginas: “permite utilização inapropriada por parte dos candidatos de um instrumento de uso restrito de psicólogos, pois passam a obter informações privilegiadas, ferindo o princípio da isonomia” (p.05)
O Ministério Público, diante de tal quadro, juntamente com a Polícia Federal, tem atuado para tentar identificar os responsáveis para construção e hospedagem dessas páginas (endereço de IP) na internet.

Qual o Papel da Polícia Federal neste processo?
A área da Polícia Federal responsável pela realização de seus processos seletivos, analisou todas as páginas denunciadas e solicitou a instauração de um inquérito policial. A partir dos dados coletados no processo investigativo realizado pela Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos, verificou-se tratar de endereços postados em provedores internacionais, a partir dessa informação o processo ficou aos cuidados da Interpol e hoje se encontram novamente no MP.
Há entendimento de que o conteúdo postado nos sites é sigiloso e foi indevidamente divulgado, por se dispor de material “para treinamento de candidatos em concursos públicos no que tange às avaliações psicológicas, bem como a divulgação de matéria sigilosa sobre o perfil profissiográfico de candidatos postulantes a cargos das Carreiras PF, PRF e PCDF (Memo 371/2008 – DPF Jomar Barbosa Pinto, Chefe da Divisão de Planejamento e Execução de Concursos da Coordenação de Recrutamento e Seleção – COREC/DGP)”.
A existência de tais páginas incorre em algum outro crime?
Sim. Conforme orientação da Polícia Federal, a “divulgação não autorizada dos testes de avaliação psicológica infringe ainda a Lei n.º 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre os direitos autorais, em especial no que se refere aos artigos 28 e 29 a seguir transcritos:
Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica.
Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como:
I - a reprodução parcial ou integral;
No posicionamento do DPF Gustavo da Cruz Sant´ana “a divulgação de tais documentos constitui crime, razão pela qual é disciplinada em diversos artigos do Código Penal Brasileiro, destacando-se os artigos 153, § 1ª-A, e 325. Tal crime inscreve-se no art. 153, § 1ª-A, do CPB, o qual preceitua o seguinte: “Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”.
Existem problemas reais enfrentados por candidatos que utilizam os dados provenientes destes sites?
Certamente! Há um grande erro, por parte dos candidatos, ao pensarem que as orientações de respostas a testes específicos são válidas para todos os casos de seleção. Afinal, cada cargo possui um perfil diferenciado, que atende às suas especificidades e natureza de suas tarefas. Ao seguir orientações padronizadas, o candidato acaba por ser não recomendado no cargo pleiteado. Um problema ainda pior é que inúmeras vezes essas “orientações” contém erros graves. Dessa forma, não tem como distinguir em que medida as informações lhe prejudicarão em vez de ajudar. Igualmente prejudicial são os erros de orientação de respostas indicadas nestes sites, já que muitos dos instrumentos não possuem respostas certas ou erradas, mas sim, respostas que dizem respeito ao modo de ser e de agir do candidato. O mais grave de todas as ações no uso de um site desta natureza está nas conseqüências das respostas do candidato aos testes “estudados nos sites”. Ao apresentar respostas prontas e não àquelas que serão adequadas ao seu real perfil, coloca em risco atividades que irão requerer um perfil adequado, quando não, uma ação com uma arma de fogo na mão que colocará em risco não apenas a sua vida, mas também a de outros.
Neste sentido, cabe-nos alertar à toda sociedade o risco que estamos correndo ao cedermos a essa prática. Por isso, tornam-se cada vez mais urgentes as práticas cabíveis para a eliminação de tais páginas e a busca por um processo real de avaliação.
Outras informações desta seção:

14/11/2011

Pré-teste do Enem americano é feito no mesmo dia do exame

Fonte: IG.


A recente batalha jurídica em torno da anulação ou não de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que foram divulgadas antecipadamente a alunos de colégio em Fortaleza levanta, pelo terceiro ano consecutivo – o mesmo tempo que o teste passou a ser usado para selecionar vagas do ensino superior –, uma discussão sobre a logística, organização e metodologia do exame. Além dos problemas de segurança e impressão já apresentados, o Enem tem agora questionados seu banco de questões e a maneira como elas são testadas.
Para defender o exame, o governo já recorreu algumas vezes às qualidades da Teoria de Resposta ao Item (TRI), método tradicionalmente utilizado em exames norte-americanos que permite que edições distintas de uma avaliação tenham nível de dificuldade igual. Com objetivo de entender como um dos mais tradicionais, o SAT - Scholastic Assessment Test - ou Teste de Avaliação Escolar, é aplicado e como suas questões são formuladas, o iG foi aos Estados Unidos.
Exame obrigatório para os alunos do ensino médio que querem ingressar em uma faculdade americana, o teste existe há 85 anos e já foi ministrado a mais de 100 milhões de estudantes – só em 2011, cerca de 1,65 milhão de pessoas se submeteram ao exame. Diferentemente do Enem, que é gratuito para alunos de escolas públicas, para prestar o SAT o aluno tem que pagar uma taxa de US$ 49. Além disso, ele não é um exame anual, sendo ministrado 7 vezes por ano nos EUA em diferentes localidades. “Os alunos se inscrevem no site da instituição e agendam a data da prova. Se eles não forem bem, eles podem fazer um novo teste em 3 meses”, explica Wil Hatcher, professor especialista em testes de padronização. 

O SAT foi criado em 1926 pela College Board – uma organização sem fins lucrativos fundada em 1900 pelos presidentes das principais universidades americanas que queriam democratizar o acesso às universidades. Inicialmente, a College desenvolveu testes obrigatórios para alunos que quisessem ingressar nessas faculdades específicas. Anos mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, os testes foram ministrados a alunos do exército americano. Já em 1926, o então presidente da College Board, Carl C. Brigham, professor da Universidade de Princeton que havia trabalhado nos experimentos do exército, decidiu criar um exame que fosse aplicado a estudantes do ensino médio em um novo formato de múltipla escolha – surgia assim o SAT.


Seção experimental foi introduzida desde o início


A grande novidade do teste, já naquela época, era a inclusão de uma seção experimental que pudesse avaliar novas questões. “Pelo menos 30 minutos de cada aluno era dedicado a essa seção experimental e os estudantes não sabiam que estavam fazendo uma prova com itens que não tinham validade para a sua nota final. E isso era exatamente o que a College queria”, explica Thomas Ewing, porta voz da College Board. Segundo arquivos da própria organização, nos primeiros três anos do teste, o professor Brigham realizou cerca de 20 seções experimentais que depois foram reavaliadas, reescritas ou descartadas. 
 
Em 1947, a College Board, o Conselho Americano de Educação e a Fundação Carnegie para o Avanço do Ensino, criaram a ETS (Educational Testing Service), uma empresa privada dedicada à pesquisa e avaliação do progresso da educação nos EUA. “Desde então a ETS é a responsável pelo SAT, e pela maioria dos testes de padronização como o TOEFL (de proficiência na língua inglesa), o GRE e dezenas de outros. Isso é tudo o que eles sabem fazer”, declara Wil Hatcher.

Além de ter a College como seu principal cliente, a ETS herdou todo o expertise que a organização tinha na criação e realização destes exames. “A seção experimental existe até hoje. É assim que eles analisam se as questões realmente testam o que elas deveriam para produzir uma curva perfeita de avaliação dos alunos. Então, basicamente os estudantes são as cobaias do SAT. Eles sabem que há uma seção experimental, mas não sabem qual das 10 seções não tem validade”, completa Wil. 


O professor acredita que este é o melhor modelo para garantir a idoneidade da amostragem. “Na minha opinião, o SAT funciona aqui porque a amostragem é perfeita. Todos os estudantes que estão fazendo o teste respondem às questões experimentais. Então a ETS não precisam realizar simulados com estudantes que não são o público alvo do teste. Assim também não há vazamento de informações”, explica. 


Repetições de questões não acontece

Apesar de um mesmo estudante poder fazer o SAT mais de uma vez no ano, a College Board garante que a probabilidade de as questões se repetirem nas provas é praticamente nula. “As questões são feitas por especialistas neste tipo de teste, muitos dos quais são ex-professores ou experts no assunto. Nós também temos equipes de comitês de desenvolvimento externo, compostas principalmente por professores, que ajudam na formulação das questões iniciais que são refinadas pelos nossos especialistas da parte de desenvolvimento”, explica o porta-voz da College Board. Segundo ele, a organização não pode detalhar o tamanho do banco de dados de questões, mas está constantemente desenvolvendo novas perguntas, porque realiza testes frequentes. “As questões utilizadas não podem ser usadas novamente. Mesmo as questões da seção experimental passam por uma revisão adicional e são, muitas vezes, reescritas antes de acabarem fazendo parte de um exame no futuro. Mas a probabilidade de uma mesma seção experimental cair igualzinha em uma prova futura é praticamente nula”, completa Thomas. 
TRI desde 1950
O SAT utiliza a TRI (Teoria de Resposta ao Item) desde 1950. Esse sistema permite que todas as provas tenham o mesmo nível de dificuldade. O mesmo sistema é utilizado pelo Enem há apenas há 3 anos. Além disso, no exame brasileiro, as cores das provas podem variar e, com elas, a ordem das questões, mas as perguntas são iguais para todos. Já no SAT, em um mesmo dia há diferentes grupos de provas distintas sendo aplicadas. “Por questões de segurança não podemos revelar quantas são, mas poucos grupos de alunos respondem às mesmas questões”, declara o porta voz do College Board.
Depois de impressas, as provas do SAT passam por uma série de procedimentos de segurança. Primeiro, um funcionário do ETS se responsabiliza pela certificação da qualidade dos testes impressos ainda na gráfica. Depois disso, as provas são numeradas, embaladas a vácuo e transportadas em caixas lacradas. “Ter vários formatos do teste certamente dificulta o vazamento de informações, mas nossos procedimentos de segurança contribuem para isso também”, diz Thomas. 

Os alunos norte-americanos têm 3 horas e 45 minutos para responderem às 10 seções do teste, divididas em Leitura e Interpretação de Textos, Matemática, Redação e Seção Experimental. A maioria das questões é de múltipla escolha. 


Os gabaritos são corrigidos eletronicamente por computador. “O primeiro passo para calcular a pontuação do aluno é determinar o escore bruto para cada uma das três seções válidas. Uma resposta correta vale um ponto, enquanto que uma resposta incorreta subtrai 0,25 pontos do escore do aluno”, explica Wil Hatcher. “O sistema é para não encorajar o aluno a chutar a resposta se ele não souber. É melhor deixar a questão em branco do que responder errado. Se ele deixar em branco ele não perde nem ganha pontos”, completa.


Sistema não está livre de falhas

Apesar de todas as medidas de segurança, o SAT não está livre de erros. Em 2005, uma falha na leitura dos gabaritos deixou mais de 4.400 alunos com notas menores do que as que eles deveriam receber. O erro foi corrigido e o dinheiro devolvido aos estudantes, que tiveram a oportunidade de realizar outro exame.

Já em setembro passado, sete alunos foram presos em Long Island depois de serem acusados de trapacear no SAT. Cada um deles teriam pago US$ 2,5 mil para o estudante Sam Eshaghoff, de 19 anos, fazer a prova no lugar deles. Sam teria se passado por pelo menos mais cinco estudantes e agora deve responder na justiça por conspiração e falsidade ideológica.


Na época o presidente executivo da ETS, Kurt Landgraf, disse à imprensa americana que sua empresa gasta US$ 25 milhões por ano em segurança e que cerca de 3 mil, dos mais de 2 milhões de exames aplicados anualmente, são cancelados todos os anos por irregularidades ou salto de notas de alunos que tinham tido uma pontuação muito menor em testes anteriores.

28/10/2011

Melhores Práticas do Ensino de Leitura

Excelente trabalho da Abaquar Consultores Associados ao Instituto Natura.